08 jul 2013

A evolução das placas gráficas

A evolução das placas gráficas

Tem gente que nem sabe que elas existem. A placa gráfica – ou placa de vídeo – é a responsável por gerar as imagens no seu computador e enviá-las até o seu monitor. Existem dois tipos de placas gráficas: a integrada e a dedicada. E antes de entender a diferença entre elas, vale destacar que ambas evoluíram muito nos últimos anos.

Vamos começar pela placa “integrada”. Até algum tempo atrás, ela vinha junto com a placa-mãe do computador e não podia ser trocada. A fama desse tipo de placa não é muito boa, afinal ela servia, no máximo, para ligar o micro. Mas atualmente a placa gráfica integrada mudou e não está mais na placa-mãe, mas sim na mesma porção de silício do processador. Seu grande poder de processamento é o que nos permite assistir a vídeos em HD, ver animações e todos os gráficos surpreendentes que encontramos na web e diversas aplicações.

“Os sistemas operacionais ficaram muito gráficos, até poucos anos atrás a gente via aquelas famosas telas verdes, do DOS; aquilo não existe mais. Você vai usar a internet e essa internet tem animação em flash, vídeo, imagem em alta definição, e tudo isso fala direto com a placa gráfica. Então uma boa placa gráfica, mesmo que integrada no processador, faz sentido pra quem nem estava se preocupando com isso”, comenta Roberto Brandão, gerente de engenharia da AMD na América Latina.

Interessante também é que nos processadores de última geração com placas gráficas integradas, elas fazem mais do que cuidar das imagens exibidas na tela.

“Em primeiro lugar, ela poderia ter maior capacidade de processamento, afinal, mesmo quando você tem uma integrada você ainda entra num YouTube, tem a capacidade de processamento de vídeo, assiste a vídeos, faz videoconferências. Essa placa precisou ser um pouquinho mais potente”, explica Brandão, que continua:

“E a outra coisa é que essa junção com o processador trouxe a possibilidade de a placa ajudar o processador em tarefas do dia a dia. Então antigamente quem tinha placa gráfica ou externa ou integrada pensava só em jogo, agora ele pensa também em aplicativos convencionais – por exemplo, tem casos em que o antivírus roda na sua GPU, na sua placa gráfica.”

Além dos PCs e notebooks, as placas gráficas integradas estão hoje também nos consoles de videogames de última geração, como XBox e PlayStation… Mas para quem joga no computador – principalmente games em alta resolução – a placa “dedicada” é indispensável. Elas são bem maiores fisicamente, têm performance muito superior às placas integradas, mas também consomem mais energia e, obviamente, ficam fora do processador.

“A maneira como elas se comunicam é que faz essa diferença. Fisicamente ela fica realmente fisível e a outra está integrada: você não consegue ver, mas ela está ali dentro”, diz o especialista.

Além de entusiastas, os gamers mais exigentes e os profissionais multimídia são os que realmente precisam de uma placa “dedicada” atualmente. Para todos os outros usuários, a placa “integrada” no processador é mais do que suficiente. O gamer sempre quer mais; mais definição, mais performance, mais capacidade de processamento. E em época que já se fala em resolução 4K 3D, só as placas dedicadas dão conta.

Outra peculiaridade é que as placas dedicadas trazem várias portas de conexão; entre elas o padrão VGA, HDMI, DVI e, as mais modernas, até o Display Port. Essas placas são capazes de suportar até quatro monitores independentes funcionando ao mesmo tempo ou até, no caso dos games, somar diversas telas para dar aquela sensação de imersão ao jogador.

“Isso é muito interessante para o gamer, que é quando você consegue uma tecnologia chamada infinity: quando você soma os monitores. Ou seja, ao invés de ver numa única janelinha, você expande o campo de visão para os outros monitores.”

Outra comparação interessante é em relação aos núcleos presentes em uma placa gráfica. Enquanto nos processadores estamos acostumados a falar em dois, quatro ou, mais recentemente, em até oito núcleos, nas placas gráficas – integradas ou dedicadas – esse número é surpreendentemente maior. “Pensando em GPU, a menor que se consegue produzir hoje tem 80 cores – essa é a menor. Vai a partir de 80 cores, chegando até 800 cores numa placa integrada, o que é um padrão interessante no mercado”, comenta Brandão.

“A GPU é para o entusiasta e neste caso se coloca mais de 2 bilhões de componentes eletrônicos, mais de 2 bilhões de transistors e mais ou menos 2 mil cores com capacidade de processamento de alguns teraflops – alguns trilhões de operações em ponto flutuante por segundo é bastante coisa para um único chip e isso hoje já está acessível para os consumidores do mundo, inclusive do Brasil.”

Bom, por último, preço. Dada a diferença de capacidade e performance, era de se imaginar: as placas dedicadas são caras. Algumas custam R$ 5 mil, R$ 6 mil e até mais.

Como já dissemos, hoje pouca gente precisa de uma placa dedicada, mas elas ainda fazem muito sucesso e, melhor, não param de evoluir, para alegria dos gamers e de alguns profissionais. O mesmo acontece com as placas integradas nos processadores, que também se tornam mais poderosas a cada geração. Aí, cabe a pergunta: será que algum dia a tecnologia vai fazer com que as placas integradas substituam definitivamente as placas de vídeo dedicadas? Participe e deixe sua opinião nos comentários. Aliás, aproveite e conte também se você é usuário de alguma placa específica.

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