A sustentação dos preços internacionais do aço e a disparada do dólar ante o real provavelmente vão seguir contendo um possível avanço das importações nos próximos meses, opina Carlos Loureiro, presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). A entidade, inclusive, acredita que parte do volume que foi trazido do exterior ainda está parado nos portos, aguardando um câmbio mais favorável para a internalização.
Essa manutenção em níveis baixos do volume que é importado também será possível porque os reajustes de preço promovidos recentemente pelas usinas ainda deixam o produto brasileiro barato em relação ao estrangeiro. Loureiro calcula que o “prêmio” do aço nacional ficará em “um dígito baixo”, ou seja, até 5%.
Para o presidente do Inda, os aumentos eram inevitáveis. Não só a disparada do dólar como a força demonstrada pela cotação na China e em outras regiões justificavam há algum tempo o movimento. O desconto do produto brasileiro chegava a quase 12%. Em alguns casos como o da ArcelorMittal Tubarão, segundo ele, o preço de exportação por aqui era maior que de venda no mercado interno.
Além de Usiminas, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e ArcelorMittal aumentarem os preços, conforme adiantou o Valor na semana passada. Loureiro contou que a Gerdau Açominas, área de planos do grupo gaúcho, também vai acompanhar, mas não fez um anúncio oficial.
Em geral, os reajustes valem para a distribuição e o segmento industrial, mas não para montadoras, que têm contrato de fornecimento anual. No caso da CSN, ressalva Loureiro, a informação é que em 2018 os acordos com as fabricantes de veículos foram semestrais. Ou seja, a partir de julho o preço pode subir. Além disso, ele contou que a Usiminas passará o aumento só em 5 de junho.
O presidente do Inda também informou que a Usiminas estaria em uma posição difícil se não anunciasse os reajustes. Com a disparada dos preços da placa, que é cotada em dólares, a unidade de Cubatão (SP) poderia passar a produzir sem margem alguma.
Fonte: http://www.valor.com.br